Envelhecer bem e com saúde é o desejo de todas as gerações. A cada uma avançamos um pouco na longevidade e graças aos avanços da medicina, estamos ampliando a expectativa de vida em muitos países para além dos oitenta anos. No entanto, ao contrário das gerações anteriores não são mais os idosos os que detêm o conhecimento e controle da sociedade. Hoje quem controla as corporações, as mídias, os que detêm o saber tecnológico são os mais jovens e isso gerou alguns desafios e conflitos.
Em recente palestra no TED (série de seminários com notáveis, sobre tecnologia e conhecimento), o escritor Jared Diamond falou sobre o seu trabalho de pesquisa geracional, chamando a atual sociedade de “obcecada pela juventude” e destaca as dificuldades para envelhecer em uma situação em que os mais velhos são sinônimos de obsoletos, desnecessários e até empecilho ao desenvolvimento das camadas mais jovens. Além disso, Diamond fala dessa inédita situação na história da humanidade, onde todos querem parecer mais jovens e proliferam as cirurgias plásticas, tratamentos com drogas e recursos que atenuam o envelhecimento e assim evitam a exclusão social do indivíduo.
Como envelhecer e enfrentar essa situação ? Ambos – o escritor norte-americano e o professor da USP são unânimes em apontar que o caminho será entender melhor onde nós – pessoas mais maduras e envelhecendo – podemos colaborar, trocando o tradicional papel de sábios, para parceiros mais experientes. Há uma nova tendência a que pessoas mais velhas sejam chamadas a cuidar dos netos, substituindo babás, outras que levam pessoas mais velhas ao serviço comunitário, ao aconselhamento de casais, coaching etc.
Nada substitui a experiência – esse seria o resumo de tantos questionamentos. E nós temos como desafio buscar um novo papel, renegociar as posições de sábios que não eram enfrentados. Hoje vivemos em uma sociedade líquida – como diz o conceito de modernidade líquida o qual foi construído pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman.