Chegamos a uma praia e logo na mente surge a lembrança dos verões da infância. O cheiro do mar, os romances de verão – boas ou péssimas lembranças. A memória nos garante outra vez reviver as emoções, como ondas que nos abastecem de mais e mais sensações.  Como e por que temos memória ?  Como é possível arquivar tantas coisas e momentos, odores, vozes e cenas ?

Procurando responder essa e outras perguntas sobre memória, cientistas da Universidade britânica de Leicester, junto a Universidade da Califórnia, revelaram recentemente como os neurônios no cérebro respondem de uma maneira diferente quando é criada uma nova lembrança. Esse estudo pode ser muito importante para entender e dar respostas a doenças como Alzheimer.

O estudo sobre o mecanismo neuronal da criação de lembranças episódicas  – essas que arquivamos em partes – é o primeiro a mostrar resultados mensuráveis e contou com 600 casos de estudo. Na pesquisa foi  medida a capacidade dos neurônios em responder a estímulos e criar associação entre imagens e fatos do passado.  Esse processo – dizem os cientistas – mostra como as vivências pessoais arquivam momentos ligados a respostas sensoriais – toque, cheiro, música e outros registros visuais.

Os cientistas também descobriram novas atividades e funções dos neurônios do hipocampo – região do cérebro relacionada às emoções. Os registros desempenham um papel fundamental na capacidade de resgatar fatos sobre os eventos e experiências vividas, e isso é a gênese da formação do que conhecemos como “memória” !

Na próxima vez que você se lembrar do aroma de um perfume, uma voz ou uma canção, saiba que seu arquivo de memórias está lhe indicando fragmentos de sua vida, mantendo o cerebro saudável e ativo.