Antes das redes sociais, nosso círculo de afetos estava muito restrito ao círculo presencial. Hoje, o impacto das relações em ruptura foi ampliada pelas ligações em massa da sociedade em rede e devido à tecnologia, como no uso de aplicativos para encontros amorosos. Há mais de treze razões e por quês para sofrer, entre elas – a rejeição.
O sentimento de abandono se expandiu, modificou seu alcance, mas segue uma reclamação constante nos divãs, entre para adolescentes e também adultos, chegando ao universo profissional. Hoje estamos conectados a milhares de pessoas, somos avaliados, analisados pelas fotos que publicamos e “adicionados’ ou “bloqueados”, ampliando a sensação de aceitação ou desprezo. E podemos não saber lidar com ambas.
A Psicóloga Rejane Guerreiro, mestre em NeuroLeadership – Neurociência aplicada a liderança- percebe esse aumento na insegurança de alguns de seus clientes. Há um aumento na necessidade de aceitação em nossa sociedade modena “É uma sensação muito comum quando o marido ou esposa deixa a relação, quando as pessoas são demitidas ou criticadas pelos seus grupo sociais devido as suas escolhas de vida”, explica, “todos se sentem hoje mais observados e portanto, mais criticáveis.
O psicólogo norte americano Guy Winch, autor do livro “Primeiros socorros emocionais: rejeição, cura, culpa, falha e outros danos diários” apresentou-se em recente conferência TED com uma explicação sobre o enfrentamento desse sentimento “Como animais sociais, precisamos nos sentir desejados e valorizados pelos vários grupos sociais com os quais somos afiliados ” A rejeição – segundo ele – desestabiliza nossa necessidade de pertencer, deixando-nos sentindo perturbados e socialmente desapegados.”
Mas como lidar com isso? Ambos psicólogos são unânimes em afirmar que nem sempre a rejeição é “pessoal” mesmo quando a encaramos de tal forma. “A maioria das rejeições, seja romântica, profissional e até mesmo social, deve-se ao “ajuste” e circunstância.” diz Guy Winch. Rejane Guerreiro amplia esse pensamento “Se você está em conflito é importante lembrar-se do que tem para oferecer – em oposição a listar suas deficiências”.
Para Guerreiro uma sugestão seria listar seus “pontos fortes’ e ver que no “conjunto da obra” você é uma pessoa que possui muitas virtudes e focar nas mesmas. “É importante observar que, na maioria das vezes, essa rejeição tem mais a ver com o sentimento próprio deliberado pela sua subjetividade, ou seja, a forma de perceber as circunstâncias, do que propriamente com a realidade em si”. Embora em evidência nos posts das redes, fotos e músicas, a rejeição é um dos mais conhecidos componentes do amor e da atenção não correspondida.Na maioria dos casos – sob acompanhamento profissional – se torna menos doloroso superar rejeições, reconstruir suas relações de forma mais saudável e ficar preparado para que os abandonos – comuns na vida – sejam encarados e entendidos como fatos até necessários ao crescimento como ser humano.